segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

O ferreiro!


"Era uma vez um ferreiro que, após uma juventude cheia de excessos, resolveu entregar sua alma a Deus. Durante muitos anos trabalhou com afinidade, praticou a caridade, mas, apesar de toda sua dedicação,nada parecia dar certo na sua vida. Muito pelo contrário: seus problemas e dívidas acumulavam-se cada vez mais. Uma bela tarde, um amigo que o visitara, e que se compadecia de sua situação difícil, comentou:
"É realmente estranho que, justamente depois que você resolveu se tornar um homem temente a Deus, sua vida começou a piorar. Eu não desejo enfraquecer sua fé, mas apesar de toda a sua crença no mundo espiritual, nada tem melhorado".
O ferreiro não respondeu imediatamente. 
Ele já havia pensado nisso muitas vezes, sem entender o que acontecia em sua vida. 
Entretanto, como não queria deixar o amigo sem resposta, começou a falar e terminou encontrando a explicação que procurava.
Eis o que disse o ferreiro:
 "Eu recebo nesta oficina o aço ainda não trabalhado e preciso transformá-lo em espadas. Você sabe como isto é feito? 
Primeiro eu aqueço a chapa de aço num calor infernal, até que fique vermelha. Em seguida, sem qualquer piedade, eu pego o martelo mais pesado e aplico golpes até que a peça adquira a forma desejada.
 
 Logo, ela é mergulhada num balde de água fria e a oficina inteira se enche com o barulho do vapor, enquanto a peça estala e grita por causa da súbita mudança de temperatura.Tenho que repetir esse processo até conseguir a espada perfeita: uma vez apenas não é suficiente".
O ferreiro deu uma longa pausa e continuou:
 "As vezes, o aço que chega até minhas mãos não consegue aguentar esse tratamento. O calor, as marteladas e a água fria terminam por enchê-lo de rachaduras. E eu sei que jamais se transformará numa boa lâmina de espada. 
Então, eu simplesmente o coloco no monte de ferro-velho que você viu na entrada de minha ferraria.
" Mais uma pausa e o ferreiro concluiu:
 "Sei que Deus está me colocando no fogo das aflições. Tenho aceito as marteladas que a vida me dá, e às vezes sinto-me tão frio e insensível como a água que faz sofrer o aço.Mas a única coisa que peço é: "Meu Deus, não desista, até que eu consiga tomar a forma que o Senhor espera de mim. Tente da maneira que achar melhor, pelo tempo que quiser mas jamais me coloque no monte de ferro-velho das almas

fonte: mensagensepoemas

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